quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Os buracos da estrada ... e o desvio.



Ana Carolina Seara



Quantas vezes é necessário cair no mesmo buraco para poder desviar dele?  Quantas vezes nossas maneiras habituais de viver nos fazem repetir as mesmas situações? O que nos leva a fazer coisas que não compreendemos?  O que nos leva a repetir os mesmos erros? A repetir as mesmas escolhas?


Para podermos compreender o que acontece, temos de retornar ao início. Em algum momento de nossas vidas, tivemos de criar maneiras de resolver nossos problemas. Possivelmente algumas dessas criações  foram  realizadas quando ainda éramos muito pequenos. A maioria delas pode ter sido esquecida como conteúdo, mas mantemos a mesma forma por anos e anos. Nem todas essas formas de lidar com nossos desafios foram efetivas no sentido de solucionar o problema, mas podem ter sido o único jeito que soubemos lidar com uma situação.


O tempo passou e nós crescemos, algumas formas, mesmo que obsoletas se mantêm firmes e fortes, como aquele velho remédio guardado no armário que um dia curou uma doença, a validade expirou, mas continuamos utilizando o velho e conhecido remédio. É certo que ele já não faz mais efeito, mas insistimos, pois é o único que conhecemos.


Durante nossa vida nos deparamos com uma série de situações em que precisamos fazer escolhas e certamente repetiremos formas de lidar que não resolvem o problema; noutras vezes, recorremos a modos de evitar entrar em contato com algo que um dia foi  difícil ( e evitar não é resolver).


Nem tudo é como gostaríamos que fosse.  Ninguém escapa disso. Mas nem todas as formas são prejudiciais, algumas são muito efetivas. Outras não.


Quando podemos reconhecer que algo se repete de um modo que não nos ajuda a resolver nossos desafios, esse é o primeiro passo. Em seguida, precisamos criar novos jeitos, precisamos abandonar o conhecido e arriscar. Não é um processo fácil se desfazer daquilo que conhecemos e um dia foi a única resposta a um desafio. Mas é libertador correr o risco e criar algo novo. É como aprender a escrever com a mão oposta daquela que utilizamos. Nada fácil, mas, quando percebemos que esse é o único jeito de escrever novamente, colocamos nossa energia nessa tarefa e conseguimos, apesar da dificuldade.


O hábito nos leva a fazer as coisas do mesmo modo. Mas é nossa coragem e desejo de nos libertarmos do que nos amarra que nos faz criar com uma beleza singular novas formas de viver e desviar dos buracos do caminho.
 


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